Não são os políticos japoneses que, tal como o ex-ministro das finanças (Shoichi Nakagawa) fez no início deste mês, se suicidam. É a sociedade japonesa que os suicida, ao negar-lhes qualquer possibilidade futura de existência política.
Isso tira a liberdade do político? Anula o existencialismo pela raiz?
Por óbvio, não. há infinitos futuros positivos potenciais fora da política. Mas fora da política ele não quis. Realizou, pois, a sua liberdade e seu projeto, na negatividade total do mundo externo.
Assumiu com coragem e fidelidade o seu fim: quanto menos, foi virtuoso e expiou o erro cometido. Erro ao seu ver, uma moral que é fruto de sua liberdade.
Collor pensou em suicídio. Não sou telepata, ouvi numa entrevista sua. O congresso na época, a sociedade, a Veja e a Globo quase o suicidaram. Mas somos muito pacíficos, e Fernandinho é brasileiro, não desiste.
ACM deve ter tido banda de música no inferno, como quando o receberam na Bahia depois de renunciar à sua cadeira no Senado. Brasileiro como nós, brasileiro que não gosta de suicídios.
Mas calma: os nossos políticos não são japoneses. Aqui, há vida fora da política. Antônio Britto que o diga.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário